A REVOLUÇÃO ELÉTRICA
Quando Thomas Parker construiu o primeiro carro elétrico do mundo em 1884, era pouco provável que imaginasse que demoraria mais de um século até a eletrificação tomar de assalto a indústria automóvel.
O que aconteceu foi que os avanços tecnológicos nos motores de combustão interna tornaram os veículos elétricos (VE) obsoletos - até agora.
Os rápidos progressos na tecnologia de bateria permitem agora aos construtores de carros produzir, de forma eficiente, veículos híbridos e totalmente elétricos atrativos e de alta performance. Neste sentido, a Jaguar destacou-se fortemente no início deste ano, quando lançou o I-PACE, o seu primeiro carro totalmente elétrico. Com capacidade de chegar desde os 0 aos 100 quilómetros em 4,8 segundos, e com uma autonomia de 470 quilómetros, o I-PACE representa um novo paradigma que promete alterar a perceção do público dos veículos elétricos.
Longe de ser os “patinhos feios”, os veículos elétricos atraem cada vez mais a atenção dos condutores. Pela primeira vez, as vendas globais de veículos plug-in ultrapassaram um milhão de unidades no ano passado. Na Noruega, um terço das vendas de carros novos corresponde a elétricos. Há muito tempo em construção, a mobilidade acelera rapidamente na era elétrica.
Os benefícios dos veículos elétricos vão além do impacto positivo no meio ambiente. Com menos peças mecânicas, os EV são mais facilmente controlados por computadores, tornando a condução mais autónoma. Já na estrada em algumas partes dos Estados Unidos, os carros autónomos têm vindo a ganhar espaço um pouco por todo o mundo. Estes não só tornarão a condução mais segura, como também libertarão tempo pessoal valioso; em vez de manter os olhos na estrada, o tempo ao volante pode ser gasto de forma mais produtiva. Este conceito encaixa-se na visão da Jaguar do futuro. A parceria com a Waymo - empresa de veículos autónomos que começou como um projeto da Google em 2009 - foi assim uma escolha natural para ambas as partes.
A eletrificação está também a transformar outras formas de transporte urbano. Sistemas de partilha de motas e bicicletas movidas a bateria tornam-se cada vez mais comuns em várias cidades à volta do mundo. Sendo alugados e pagos em segundos via aplicações para telemóveis, estes sistemas são uma maneira divertida e ecológica de percorrer a cidade.
O sucesso da mobilidade elétrica resume-se a uma infraestrutura de carregamento bem desenvolvida. Além do carregamento em casa ou na rua, os proprietários de EV poderão, brevemente, recarregar as suas baterias rapidamente no supermercado, no escritório ou no ginásio. Tal como com os smartphones, o carregamento sem fios tornar-se-á uma tendência. Sem cabos, basta estacionar sobre um carregador no chão – o que é especialmente útil para veículos autónomos. Eventualmente, os EV poderão vir a ser carregados dinamicamente através de estradas eletrificadas, o que poderá dar origem a novos modelos de negócios, com veículos inteligentes capazes de enviar a sua energia excedente de volta à rede.
A eletrificação não está apenas a alterar o conceito de transporte a nível terrestre – está também a chegar ao céu. A mobilidade aérea urbana quer reduzir o congestionamento nas ruas, criando veículos de passageiros elétricos voadores e drones de entrega de encomendas. Soa a ficção científica? Não é bem assim – já foram realizados testes com muito bons resultados.
Por agora, a revolução elétrica está a decorrer à nossa frente, e as mudanças que temos testemunhado prometem transformar a mobilidade para sempre.
Créditos
Texto: Geoff Poulton / Melisa Gray-Ward
Fotografia: Getty Images/Schenectady Museum Hall of Electrical History Foundation CORBIS, iStock/Chesky W, Joakim Kröger
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